Multiverso do Kung Fu

Capa do blog "Dimensão Kung Fu" de Moy Wai Hak Do

Moy Wai Hak Do
é o nome Kung Fu de Vitor Antônio Bispo de Barros, o sétimo discípulo da Mestra Sênior Ursula Lima, líder da família Moy Lin Mah.


Nomes Kung Fu podem ter vários significados. No caso de nossa família Kung Fu, "Moy" é o sobrenome que Vitor herdou de nossa Si Fu e o conecta à linhagem de Patriarca Moy Yat.  "Wai Hak Do", por sua vez, pode ser interpretado como "o abundante ao ultrapassar uma dimensão". Essa interpretação traz diversos desdobramentos. Lembro-me que durante nosso Baai Si Din Lai (cerimônia de discipulado), Si Gung (Grão Mestre Leo Imamura) teria dito que essas outras dimensões que Vitor ultrapassaria seriam as dimensões das artes (marciais, musicais, dentre outras). Ao ultrapassá-las Vitor seria então abundante.

Vitor, acompanhado de seu Gai Siu Yan, Mestre Thiago Pereira, no momento em que Si Fu o aceita discípulo, na noite de 21 de setembro de 2019 



Conheci Vitor em 2015, curiosamente durante a cerimônia de Bai Si de nossos irmãos kung fu Moy Gaap Mah, Moy Gaap Lin e Moy Yuet Mah (os três primeiros discipulos de nossa Si Fu). Entramos praticamente juntos no Ving Tsun (Wing Chun) Experience e tivemos a oportunidade de realizarmos desde então várias cerimônias juntos. Ingressamos na família Moy Lin Mah no Hoi Kuen em Outubro de 2015 (Vitor então um adolescente de 17 anos), fizemos a passagem para o Cham kiu (em uma cerimonia emblemática, que contou com a presença ilustre de muitos mestres além de nosso Si Baak Gung Lee Moy Shan), também acessamos o Biu Ji e o Mui Fa Jong. Atingimos o nível de tutores do Siu Nim Tau e do Cham kiu, além claro, do Baai Si Din Lai como já mencionei.

Foto oficial do Hoi kuen onde Vitor, Livia e eu, ingressamos na família Moy Lin Mah

A emblemática 14ª cerimônia tradicional da Família Moy Lin Mah - acesso ao Cham kiu



Hoi Mun, quando Vitor e eu visitamos a casa da Si Fu e demos início ao processo discipular



Sou um irmão kung fu mais velho do Vitor (por questão de minutos) e o vejo como a um irmão kung fu muito querido, que por vezes se mostra a própria encarnação do ideograma 子 ("Ji"), que tanto pode significar criança (por sua juventude), quanto um título de honra para um sábio (por suas atitudes). Não raras foram as ocasiões em que Vitor aparentava mais maturidade, cuidado com o próximo e sabedoria do que alguém de sua idade normalmente demonstraria.

Si hing Marcus (Moy Man Kat Si), eu e Vitor, durante a palestra que Si Fu deu no CCJF


Recentemente celebramos seu aniversário de 24 anos no Mo Gun e o surpreendemos com um bolo acompanhado de nossos parabéns. Nossa Si Fu participou da celebração de forma online e comemoramos a bela jornada kung fu de Wai Hak Do. 


Momentos da celebração do aniversário de Wai Hak Do

Hoje com a faquinha, no futuro, quem sabe um par de Do?


Tive o privilégio de acompanhar seu desenvolvimento nessa jornada kung fu. Vi um Vitor que ao longo desses anos, não se conformou ou se definou como algo estático. Foi estudante de Veterinária, engajado em causas de adoção e proteção de animais, Professor de inglês e agora segue encontrando um caminho na Psicologia. Na música, atua como baixista da banda Monophōnia e Professor de violão, além de ter sido um dos grandes incentivadores para que eu me arriscasse a voltar a cantar em público depois de quase 20 anos sem fazê-lo, desde os meus tempos de faculdade. 

"Eu aprendo sempre com a Si Fu Moy Lin Mah" - Uma paródia de "como uma onda no mar" que oferecemos à Si Fu por ocasião de seu aniversário em outubro de 2021 - ao centro Si Hing André Villarreal (Moy Yuet Mah) e no reflexo Si jeh Fernanda Lima (Moy Fong Laan Dak)

Vitor praticando cham kiu com Guilherme Serrão, To dai do
Mestre Felipe Soares, durante visita ao Núcleo Freguesia.


Nas artes marciais Vitor é um dos tutores do Núcleo Copacabana da Moy Yat Ving Tsun Martial Inteligence e ainda arruma tempo para praticar boxe. Muitas dimensões ultrapassadas e em cada uma, uma versão de um Vitor diferente e ainda assim, Vitor. Imediatamente minha mente nerd me leva ao multiverso experimentado pelo Dr. Estranho nos cinemas. 


Cena do filme Multiverso da Loucura • Quantas versões podemos ter?


Fiquei refletindo sobre a parte da história do Vitor que conheci, ao longo desses anos. Me peguei pensando em como muitas vezes podemos nos limitar ao nos definirmos como algo, ou até mesmo ao buscarmos nossa melhor versão, como se fosse possível encontrar uma única versão ideal ou perfeita. 

O kung fu tem me mostrado que essa perfeição além de inalcançável, geraria o fim da evolução, o término da relação dinâmica entre os conceitos de yin e yang presentes em todas as coisas. Nesse caso o perfeito seria um estado de entropia nula onde cessaríamos de ter novas possibilidades. Por sorte (e pelas leis da termodinâmica) a entropia tende sempre a aumentar, o caos nos cerca, então me parece que termos apenas uma solução para todas as coisas pode não ser a melhor solução (ou uma solução viável, dada a energia que demandaria). Me parece mais interessante abraçamos a variação, prontos para estarmos na versão mais apropriada à situação que se apresenta. Dessa maneira, ultrapassaríamos as dimensões que nos definem e poderiamos, assim como Vitor (ou como Saga, da casa de gêmeos rs) alcançar outras dimensões nesse Multiverso Kung Fu e estarmos também abundantes nesse processo. 

"Outra dimesããããão!!!" golpe especial do cavaleiro da Casa de Gêmeos (signo de Vitor)




Assim relatou Heitor Furtado "Moy Hoi Tok Yi" 梅海託爾, Sexto Discípulo de Mestra Sênior Ursula Lima "Moy Lin Mah" e membro do Conselho de Discípulos da Família Moy Lin Mah juntamente com Rodolpho Alcântara, André Villarreal, Helena Carneiro, Angela Carvalho, Fernanda Lima,Vitor Barros e Marcus Souza.


Saiba mais em www.mykungfu.com.br



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