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A arte de viver e morrer |
Tive apenas dois breves contatos com o Senhor Jorge Roberto Corrêa Lima. Um no casamento de Si Baak Julio Camacho e Si Baak Mo Marcia Moura e outro na casa da Si Fu, quando ele veio nos oferecer uma porção de cocadas deliciosas. No dia 22 de abril, o Senhor Jorge, pai de minha Si Fu, faleceu.
Ela me disse que ele foi a pessoa que a ensinou a ter caráter e integridade, qualidades que admiro profundamente na Si Fu, Mestra Sênior Ursula Lima, Líder da Família Moy Lin Mah e Diretora do Núcleo Copacabana da Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence. Em meio à partida de seu pai, minha Si Fu, lembrou que a morte nos traz reflexão e é um momento de grande aprendizado. Deixo aqui registrados meus sentimentos à minha Si Fu e seus familiares e meu agradecimento e homenagem ao Senhor Jorge Roberto Corrêa Lima. |
Pai de minha Si Fu, Sr. Jorge Roberto Corrêa Lima (30/12/1951 - 22/04/2021) |
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No sábado, 24 de abril, assisti ao 21º Ato Cerimonial da Família Moy Fat Lei que corresponde à Centésima Cerimônia Tradicional do Clã Moy Jo Lei Ou. Mestre Sênior Ricardo Queiroz, Líder do Clã Moy Ke Lo Si, era testemunha honorável do ato e meu Si Hing Cláudio Teixeira, do Núcleo Ipanema, cumpriu o papel de Mestre de Cerimônia.
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Convite para o 21º Ato Cerimonial da Família Moy Fat Lei
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Nesta ocasião os discípulos do Mestre Thiago Pereira, Líder da Família Moy Fat Lei, acessaram novos Domínios em sua jornada no Ving Tsun (Wing Chun) Kung Fu. Matheus Alves Quintana, ganhou acesso ao domínio Biu Ji e Keith Marcus e Victor Sá, acessaram o domínio superior Luk Dim Bun Gwan.Os três apresentaram e relembraram momentos marcantes vividos em seu domínio anterior e as lembranças de grande significado, trouxeram a emoção à tona. Em sua fala, Si Baak Ricardo Queiroz, disse que à medida em que avançamos nos domínios superiores do Sistema Ving Tsun (Wing Chun), não devemos buscar uma invulnerabilidade, mas sim, aprimorar nossa disposição física, emocional e espiritual. Estar disposto, têm relação com a construção de uma volta ao combate de forma artística. Ele reforçou que trata-se de uma arte adjetivada como marcial e não de uma marcialidade artística.
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Membros da Família Moy Fat Lei, ouvindo as palavras do Si Baak Ricardo Queiroz
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O Mestre Thiago Pereira fez então uma colocação, que ressoou com as palavras de minha Si Fu. Ele se referiu ao Luk Dim Bun Gwan, como um domínio que tinha uma lição importante: de que não temos nada como garantido. Temos a chance de um disparo e um pequeno erro no início, pode acarretar em grandes consequências. Isso serviu para me lembrar como o Ving Tsun pode ser visto como uma metáfora da vida. Cada golpe que recebemos carrega em si uma morte, é preciso estarmos dispostos a morrer, mas é preciso lutar para vivermos. Como disse minha Si Fu: “nossa vida é curta e não deveríamos ter tantos medos de avançar e arriscar”. Após a morte, seguimos nossa jornada nas lembranças afetuosas das vidas que tocamos.A morte é parte da vida, assim como a vida é parte da morte. É na incerteza que vivemos e morremos. Vamos nos adaptando àquilo que desconhecemos e aprendemos a arte de viver e morrer.
Assim relatou Heitor Furtado "Moy Hoi Tok Yi" 梅海託爾, Sexto Discípulo de Mestra Sênior Ursula Lima "Moy Lin Mah" e membro do Conselho de Discípulos da Família Moy Lin Mah juntamente com Rodolpho Alcântara, André Villarreal, Helena Carneiro, Angela Carvalho, Fernanda Lima,Vitor Barros e Marcus Souza.
Saiba mais em www.mykungfu.com.br
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