Uma trilogia sobre Moy Lin Mah - Parte 1 "Moy" 梅


As flores de uma ameixeira  - "Moy"  梅 

Após um período de maré baixa, retorno em uma onda de publicações em forma de uma trilogia de postagens inspiradas em minha Si Fu, Mestra Sênior Ursula Lima, líder da Família Moy Lin Mah. 

Quando se tornou discípula do Grão Mestre Leo Imamura, minha Si Fu recebeu o nome kung fu " 梅 蓮 馬" (Moy Lin Mah) e, com base nesses três ideogramas que compõem seu nome, falarei um pouco sobre sua pessoa. Repleto de significados, este nome traz no ideograma Moy, uma poderosa conexão com seu Si Fu o Grão Mestre Leo Imamura, Líder do Grande Clã Moy Yat Sang, e com o legado do Patriarca Moy Yat e todas as gerações anteriores que transmitiram o sistema Ving Tsun (Wing Chun).

Lembro-me que uma das primeiras sensações que tive ao ver minha Si Fu em minha visita inicial ao Núcleo Copacabana da Moy Yat Ving Tsun foi a de perceber uma pessoa com luz própria, conectada a algo ancestral que parecia emanar de sua personalidade e de toda a ambiência ao seu redor. Foi uma sensação que me impressionou e me levou a seguir com a prática do Ving Tsun até que em 2015 ingressei na Família Moy Lin Mah.

XXII cerimônia tradicional da Família Moy Lin Mah - quando realizei meu Hoi kuen



Durante a minha cerimônia de Hoi Kuen, que marcava minha aceitação como membro da família Moy Lin Mah, alguns detalhes me chamaram a atenção, como o fato da Si Fu ter me ofertado o incenso para que eu mesmo o acendesse e ofertasse ao San Toi (local de reverência e respeito à ancestralidade de nossa linhagem kung fu) e a convocação de nossa Si Jeh Inês Viegas para apresentar a primeira parte da forma do Siu Nim Tau (incenso e apresentação do SNT). Ambas as situações me mostraram o quanto a Si Fu via nossa linhagem kung fu como algo vivo, que demanda além de um respeito aos antepassados, uma atenção ao presente e aos potenciais daqueles que com a soma do tempo, dedicação e escolhas, se tornarão os ancestrais de uma nova geração.

Em minha cerimônia de Baai Si, quando fui aceito como Discípulo da Mestra Sênior Ursula Lima, recebi em meu nome esse mesmo ideograma 梅, que representa também essa relação geracional do kung fu. Originalmente Moy pode ser traduzido como ameixa, o fruto da ameixeira cujas as flores simbolizam a chegada da primavera, a renovação, a pureza e está associada à imortalidade.

Um encontro de gerações as quais pertenço - Minha família Furtado e minha família Kung Fu

Todo o zelo com esse aspecto do Moy que pude observar na convivência com minha Si Fu, me despertou interesse em saber mais sobre meus antepassados consanguíneos, pessoas que me conferiram também um legado com suas lutas e histórias. Me fez buscar mais informações com meus pais e conversar com eles me conectando também com esses antepassados. Ao longo dos 5 anos que se sucederam, aprendi diversas coisas com minha Si Fu, a grande maioria delas aprendi sem perceber que estava aprendendo. Sigo aprendendo a confiar cada vez mais em meu kung fu e em como ele pode transformar não só minha vida, mas a das pessoas ao meu redor e das futuras gerações.




Assim relatou Heitor Furtado "Moy Hoi Tok Yi" 梅海託爾, Sexto Discípulo de Mestra Sênior Ursula Lima "Moy Lin Mah" e membro do Conselho de Discípulos da Família Moy Lin Mah juntamente com Rodolpho Alcântara, André Villarreal, Helena Carneiro, Angela Carvalho, Fernanda Lima,Vitor Barros e Marcus Souza.


Saiba mais em www.mykungfu.com.br


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